O ciclo prolongado de vendas por detentores antigos de bitcoin pode estar perto do limite.
Segundo a K33, a pressão de oferta tende a perder força a partir de 2026.
Desde 2024, o volume de bitcoins mantidos parados por mais de dois anos vem caindo de forma contínua. Nesse período, cerca de 1,6 milhão de BTC foram reativados.
Além disso, o movimento representa uma das maiores fases de distribuição já registradas, apenas 2017 apresentou números superiores.
Oferta de bitcoin com idade igual ou superior a dois anos – Fonte: K33/CoinMetrics.
De acordo com Vetle Lunde, chefe de pesquisa da K33, a magnitude indica venda real. Não se trata apenas de ajustes técnicos ou reorganização de carteiras.
Embora parte das movimentações envolva consolidação de carteiras e mudanças estruturais, isso não explica todo o volume observado. Portanto, a leitura predominante é de realização de lucros.
Total de BTC com dois anos ou mais reativados por ano – Imagem: K33.
Diferente de ciclos anteriores, o atual movimento ocorre em um ambiente de liquidez profunda. Os ETFs de bitcoin à vista nos Estados Unidos ampliaram o acesso institucional. Além disso, grandes empresas passaram a alocar capital em bitcoin como ativo de tesouraria.
Por isso, holders antigos encontraram condições favoráveis para vender. A K33 cita operações relevantes. Em julho, a Galaxy intermediou uma venda OTC de 80 mil BTC, em agosto, um investidor trocou 24 mil BTC por ether.
Entre outubro e novembro, outro grande holder vendeu cerca de 11 mil BTC. Segundo a K33, casos semelhantes foram recorrentes ao longo de 2025.
No total, aproximadamente US$ 300 bilhões em bitcoins com mais de um ano voltaram ao mercado apenas neste ano.
Apesar do histórico de picos de venda próximos a topos de mercado, a K33 vê sinais de exaustão da oferta. Cerca de 20% do estoque já mudou de mãos. Com isso, a expectativa é de estabilização do volume de BTC com mais de dois anos.
A projeção aponta fechamento de 2026 acima dos atuais 12,16 milhões de BTC.
Além disso, efeitos de rebalanceamento podem favorecer o preço no curto prazo. Historicamente, o Bitcoin tende a reagir de forma oposta ao trimestre anterior. Como o ativo ficou para trás no quarto trimestre, gestores podem recompor posições no fim de dezembro e início de janeiro.
Ao mesmo tempo, a maior integração do Bitcoin ao sistema financeiro tradicional cria uma base de demanda mais sólida. ETFs, plataformas reguladas e maior clareza jurídica reforçam esse cenário.
Com a redução gradual da pressão vendedora, o mercado pode entrar em uma nova fase. A dinâmica passa de distribuição para absorção, com impacto relevante no ciclo seguinte.
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